Que esse ano o cinema tem sido muito suculento para nós criaturas nostálgicas, não é mistério para ninguém. Depois de dançar com Claudinho e Buchecha e Mamonas Assassinas em filmes biográficos, rir das pataquadas do Axel Foley em Um Tira da Pesada 4, entre outras ótimas lembranças que o cinema mundial nos proporcionou até agora, chegou a vez de revisitar um dos queridinhos da Sessão da Tarde Noventeira: O Besouro Suco.
Dia 5 de Setembro estreou nos cinemas brasileiros o filme Os Fantasmas Ainda se Divertem — Beetlejuice Beetlejuice, e apesar do que a mídia tem relatado sobre ser um sucesso de bilheteria, confesso que dentro da minha bolha o pessoal não tem se mostrado muito interessado nessa continuação um tanto tardia do clássico dos anos 80.
No longa podemos assistir o retorno de Lydia (Wynona Ryder) e Delia (Catherine O´Hara) à sua antiga casa em Winter River, onde originalmente conhecemos a estrela do show Beetlejuice (My Coquito). A novidade no enredo é que nesses mais de 30 anos, Lydia procriou, então temos também a sua filha rebelde Astrid (Jenna Ortega), além do seu namorado boy lixo Rory (Justin Theroux).
O núcleo pós morte ganha um destaque maior tanto na questão de cenários e ambientes, quanto no seu elenco. Temos uma participação brevíssima de Danny Devito (Como zelador), e em contra partida, temos Willem Defoe com um personagem super marcante (Wolf Jackson). E por último, e sim, menos importante temos a Delores (Monica Bellucci), mais pra frente você vai descobrir o motivo, continue aqui comigo.
Pontos Positivos
Fui ao cinema esperando que o filme fosse exagerado em relação à nostalgia, pensei que receberia uma chuva de referências ao primeiro filme e fui surpreendida em como Tim Burton (Direção e Produção), Alfred Gough, Miles Millar, Seth Grahame-Smith (Roteiro) foram suaves em relação a isso, é possível ver as referências de forma sutil. É nítido que a intenção era ter uma história própria para esse filme.
Achei super criativa a forma como escolheram apresentar o personagem Charles Deetz, anteriormente interpretado por Jeffrey Jones. É de conhecimento de todos que o ator está afastado das telonas desde 2002 quando foi preso pela primeira vez por coisas que não quero citar aqui, mas se vocês der um google (ou um tiktok se você for da geração Z ou Alpha) bem rapidinho vai saber. Apesar de não o enxergar tanto, o personagem Charles está lá participando ativamente (ou nem tanto) da narrativa.
O uso de stop motion como efeito em algumas cenas de lugares clássicos é um carinho na nossa alma, além de ser uma das principais características dos filmes do Tim Burton.
Pontos Negativos
Assim que a história começa e vamos sendo apresentados aos novos personagens, vai se criando um clima terrível, pois são muitos núcleos acontecendo ao mesmo tempo, o que gera uma certa apreensão, como isso tudo vai começar e terminar num filme de 1 hora e 40?
Infelizmente não vão, existem personagens que são apresentados de forma grandiosa, mas acabam se tornando dispensáveis ao roteiro. O principal exemplo é a Lenora que no início promete absolutamente tudo em sua introdução, mas não entrega absolutamente nada, se ela não estivesse ali, não mudaria em nada para os outros personagens. Da mesma forma o personagem Jeremy (Arthur Conti), que tem até uma boa intenção em seu plot twist, mas só está ali para contracenar com Astrid e nada mais. Por falar em Astrid, esse é um outro ponto fraco do longa. Enquanto no primeiro filme a Lydia é a adolescente gótica trevosa e triste que questiona tudo e todos, Astrid não gera em nós nenhum tipo de simpatia pois é só uma chatona.
Apesar dos pesares, podemos bater o martelo que sim, os fantasmas ainda se divertem, o filme é divertido e fica sim no mesmo nível do primeiro, que também é cheio de conveniência, então tá tudo em casa, galeras!